Crise ambiental: Chuvas e inundações expõem o desinteresse da ditadura de Obiang

Entre as adversidades que a ilha ocupada de Annobón deve enfrentar está a grave crise ambiental e humanitária, causada pelas práticas extrativistas de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. Como é habitual desde que a ditadura controla o local, as chuvas recentes transformaram as ruas da capital, Palé, em lagoas, evidenciando a negligência e o desinteresse do regime pelo bem-estar dos anoboneses.

Para aceder às montanhas onde extraem minerais clandestinamente, a empresa pirata ligada ao corrupto ditador equatoguineano atirou pedras e cascalho nas ruas de terra. Essa ação elevou as ruas em até 30 centímetros, obstruindo o escoamento natural das águas pluviais em direção ao mar e causando inundações em residências de construção tradicional.

As consequências desta situação são devastadoras. As enchentes têm gerado a proliferação de mosquitos, dificultando ainda mais o dia a dia dos moradores, que já carecem de infraestrutura de saneamento básico. A obstrução do fluxo natural da água resultou na estagnação de grandes quantidades de água, transportando lama e detritos da floresta para áreas habitadas. Isto não só impede a circulação de pessoas, mas também cria surtos de doenças.

As mulheres, numa tentativa desesperada de lidar com a situação, usam baldes para gerir as águas residuais, uma prática que causa poluição, maus odores e infecções. Esta situação insalubre levou a um aumento de doenças e mortes, agravando a crise humanitária na ilha.

Historicamente, Annobón enfrentou uma série de desafios, desde a opressão colonial até epidemias devastadoras. Contudo, os recentes efeitos da mineração ilegal e da negligência governamental pioraram as condições de vida. A cidade de Palé, que antes contava com um eficiente sistema de drenagem natural, agora inunda sempre que chove, tornando o dia a dia um desafio constante.

A ditadura de Obiang demonstrou absoluto desrespeito pela saúde e bem-estar dos Anoboneses, dando prioridade à pilhagem dos recursos naturais em detrimento das necessidades básicas da população. Esta situação requer atenção urgente e intervenção internacional para apoiar o povo de Annobón na sua luta pela independência e pela dignidade humana.

A comunidade internacional deve tomar nota da grave situação em Annobón e mostrar solidariedade com a sua luta pela autodeterminação. A recente incorporação da República de Annobón à Organização das Nações e dos Povos Não Representados (UNPO) representa um passo crucial na busca de apoio e reconhecimento. O povo anoboneso, com a sua rica história e resiliência, merece viver num ambiente seguro e saudável, livre da exploração sistemática e do abandono pelo regime ditatorial da Guiné Equatorial.

A resistência do povo de Annobón continua e a sua luta por um futuro justo e livre continua a inspirar aqueles que valorizam os direitos humanos e a dignidade. A comunidade internacional tem a responsabilidade de apoiar Annobón neste momento crítico e garantir que a sua voz seja ouvida no cenário mundial.

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