A impunidade de Obiang: A libertação condicional de cinco Annobonesas sequestrados foi confirmada

As cinco velhas anobonesas extorquidas pelo regime da Guiné Equatorial.

A ditadura de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo mostrou mais uma vez a sua face mais implacável e cínica, desta vez através de uma reportagem veiculada pelo noticiário TVGE, em que o resultado da extorsão levada a cabo contra cinco mulheres anobonesas raptadas pelo regime, que foram expostas a detenções desumanas, ao lado de prisioneiros, sem comer ou beber durante quase três semanas.

O vídeo, como avisamos do AMBÔ LEGADU, mostra as anobonesas Robustiana Majeda Bárcena, Bestue generoso, Rita Laurel, Ressurreição Malest y Francisca Andreu, num estado de evidente fraqueza, mal conseguindo falar, enquanto repetem com tristeza as palavras que o regime lhes ordenou que dissessem como condição para a sua libertação: "Não sabíamos o que estávamos assinando e agradecemos ao nosso irmão mais velho (em referência ao vice-ditador Teodorino Obiang) que nos libertou.

Estas palavras, claramente forçadas, são mais um exemplo da manipulação e coerção que os cidadãos anoboneses sofrem sob a opressão do regime da Guiné Equatorial. As mulheres, que foram detidas arbitrariamente por protestarem contra o uso de dinamite perto das suas casas, foram forçadas a renunciar ao seu direito à verdade e à justiça para recuperar a sua liberdade.

Na reportagem televisiva, o repórter afirma descaradamente que as mulheres foram libertadas “depois que as investigações determinaram que elas não participaram de tais atos”. No entanto, é evidente que não houve investigação, garantias ou um processo judicial legítimo que justificasse as suas detenções. As declarações do jornalista nada mais são do que uma farsa, destinada a encobrir os crimes do regime e manter a ilusão de um sistema jurídico que não existe na Guiné Equatorial.

Porém, o mais assustador da reportagem é o encerramento, onde o jornalista afirma que as mulheres, todas idosas e indefesas, foram detidas por “incitação à violência” e “violação do direito de manifestação”, acusações completamente infundadas e contraditórias. que apenas procuram justificar o injustificável: o rapto, a tortura e a extorsão a que foram submetidos.

Este vídeo, transmitido com total impunidade por uma mídia pró-governo, não só confirma queixas anteriores sobre a brutalidade do regime, mas também expõe a necessidade desesperada do governo de Obiang manter o controlo a qualquer custo, mesmo que isso signifique utilizar a vida e a dignidade das pessoas como instrumentos de propaganda.

A comunidade internacional deve encarar este novo acto de crueldade e manipulação como um sinal urgente da necessidade de intervir. As mulheres da República Annobón merecem viver livres do medo e da repressão e não ser mantidas reféns de um regime ocupacional que se recusa a respeitar os direitos humanos mais básicos.

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