No meio da crescente indignação face ao deplorável serviço eléctrico na ilha de Annobón, os residentes uniram-se num movimento de boicote contra a Sociedade de Electricidade da Guiné Equatorial (SEGESA). No entanto, as autoridades do regime Obiang intervieram para pôr fim a estas ações de protesto, impondo restrições draconianas à liberdade de expressão e reunião na ilha.
A situação em Annobón atingiu um ponto crítico, com os residentes fartos de pagar por serviços de electricidade intermitentes e de baixa qualidade. Mensagens de WhatsApp circularam entre os ilhéus, denunciando a falta de ação das autoridades e expressando frustração com a militarização da ilha e a grave crise humanitária que enfrentam.
«Das 24 horas do dia, só beneficias de eletricidade durante doze horas, ou seja, das 19.00h7.00 às XNUMXhXNUMX. E isto é dia após dia, mês após mês, sofrendo com esta merda”, expressaram alguns moradores, descrevendo a situação desesperadora em que se encontram devido ao péssimo serviço prestado pela SEGESA, que não fornece regularmente, mas deve ser paga. por mês.
O movimento de boicote, que pretendia deixar de pagar por um serviço que não estava a ser recebido adequadamente, encontrou um obstáculo inesperado quando as autoridades do regime de Obiang Proibiram uma reunião convocada pelo Vidjil, o parlamento de Annobón, para tratar do assunto.
Senhor Maurício Ronda Arnal, conhecido como “Chipa Lôngô”, dificultou a realização da reunião, argumentando que os moradores de Annobón estavam reclamando demais e que deveriam obter a aprovação do prefeito e do governador antes de prosseguir.
Porém quando os representantes do Vidjil procuraram o prefeito Teresa Alcântara Catalán, aliás “Madadji'a”, foram enviados ao governador Faustno Edu Michá, que novamente proibiu a reunião, alegando que os membros do Vidjil estavam discutindo assuntos relacionados ao Ambô Legadu e fazendo planos para atacar o Fang.
Esta censura por parte das autoridades governamentais da Guiné Equatorial não é um incidente isolado, mas faz parte de um padrão de opressão e negação dos direitos fundamentais em Annobón. A ilha tem sido vítima de discriminação, exploração e negligência por parte do governo central de Malabo.
O contexto histórico de Annobón revela uma luta constante pela independência e autodeterminação, marcada por séculos de opressão colonial e repressão política. Apesar dos desafios, o povo anoboneso continua a lutar pelos seus direitos e liberdade, enfrentando as adversidades com coragem e determinação.