Guiné Equatorial expõe a República de Annobón a um extrativismo irreparável

A República de Annobón enfrenta uma crise sem precedentes devido às explosões sistemáticas levadas a cabo pelo regime ocupacional de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. Estas detonações, realizadas para extrair minerais e pedras, deixaram cicatrizes permanentes na ilha, transformando antigas áreas agrícolas em sumidouros inúteis. Imagens chocantes revelam a magnitude da destruição: vastos buracos que não só impossibilitam a agricultura, mas também representam um desastre ecológico irreparável.

O impacto destas actividades extractivas tem sido devastador para a população local. As explosões, que abalaram os alicerces da ilha, obrigam os habitantes a refugiar-se na praia durante as detonações. As casas estão desabando e a qualidade de vida deteriora-se dia após dia. A rocha que sustenta o lago da ilha, fundamental para o seu abastecimento de água, está à beira do colapso devido à exploração subterrânea, o que poderá desencadear uma catástrofe sem precedentes.

As consequências ambientais são alarmantes. Áreas que antes eram férteis e produtivas hoje são terrenos baldios, incapazes de sustentar qualquer tipo de cultivo. Esta pilhagem de recursos não só prejudica a economia local, mas também ameaça a frágil segurança alimentar da população anobonesa. A pequena dimensão da ilha, apenas 17 quilómetros quadrados, agrava a situação, fazendo com que cada perda de terras aráveis ​​seja um golpe significativo para os habitantes.

O regime da Guiné Equatorial demonstrou total desrespeito pelo bem-estar de Annobón e do seu povo. A extracção de recursos beneficia exclusivamente o grupo étnico Fang, que detém o poder, deixando os Anoboneses numa situação de extrema vulnerabilidade.

Recentemente, AMBÔ LEGADU publicou um artigo destacando a introdução de máquinas de perfuração para extrair água subterrânea na ilha, ignorando a necessidade urgente de conservar os recursos naturais e subjugando a soberania de Annobón. Além disso, foi confirmada a importação irresponsável de espécies invasoras como cavalos, cobras venenosas e crocodilos, que alteraram o delicado equilíbrio ecológico da ilha.

Lagar Orlando Cartagena, Primeiro-Ministro da República de Annobón, declarou: “O regime da Guiné Equatorial está a saquear as nossas terras e a destruir o nosso património natural sem remorso ou consideração pelas consequências devastadoras”. Esta declaração reflecte a frustração e o desespero do povo anoboneso face à agressão contínua e à falta de acção por parte da comunidade internacional.

É imperativo que a comunidade global intervenha urgentemente para pôr fim a estes abusos ambientais e proteger Annobón da exploração desenfreada. A luta pela independência da República Annobón não é apenas uma questão de soberania política, mas também de justiça ambiental e de respeito pela biodiversidade global. A ilha, com a sua rica história e biodiversidade única, merece ser salvaguardada e protegida para as gerações futuras.

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