Em entrevista exclusiva para o Canal 22 Web, Santiago Cuneo, renomado jornalista e ex-candidato à presidência da Argentina, comprometeu-se com a luta da República de Annobón para alcançar a independência da Guiné Equatorial. Num confronto direto imperdível, o Primeiro-Ministro, Lagar Orlando Cartagena, revelou detalhes chocantes sobre a situação atual e os desafios que enfrenta este território esquecido do Oceano Atlântico.
Annobón, uma ilha com uma história de ocupação colonial que remonta aos tempos do domínio português e espanhol, está sob o controlo opressivo da Guiné Equatorial desde a sua unificação em 1968, durante o processo de independência. Durante a entrevista, Vinícola Cartagena explicou como esta união foi imposta sem consulta prévia ou consideração pela identidade cultural e autonomia histórica dos Anoboneses.
“Somos um povo pré-existente, com instituições próprias e governo autónomo até sermos forçados a aderir à Guiné Equatorial”, sublinhou, destacando a resistência contínua de Annobón contra o que descreve como “colonialismo interno” e “opressão sistemática”.
A situação na ilha é desoladora, segundo o Primeiro-Ministro: “Vivemos em condições de emergência sanitária e de fome, com uma carência crítica de infra-estruturas básicas como água potável, electricidade e serviços médicos”, lamentou. Além disso, descreveu como a população anobonesa é forçada a emigrar devido à falta de oportunidades e às políticas repressivas do governo central em Malabo.
Um dos pontos mais polêmicos da entrevista é a exploração dos recursos naturais de Annobón. Apesar de ser rico em pesca e possivelmente em petróleo, Vinícola Cartagena Denunciou que estes recursos são explorados clandestinamente sem beneficiar a população local, contribuindo ainda mais para a sua marginalização e pobreza.
Neste quadro, o governo da República de Annobón procura visibilidade e reconhecimento: “Precisamos do apoio e da solidariedade da comunidade internacional para alcançar a nossa independência e reconstruir o nosso país do zero”, expressou. Vinícola Cartagena, enfatizando a importância da ajuda externa para estabelecer infra-estruturas básicas e iniciar um processo de desenvolvimento sustentável.
A entrevista terminou com um apelo à ação e à solidariedade global. «Annobón precisa ser ouvido e visto. “Estamos dispostos a reforçar os laços com países amigos e a cooperar na construção de um futuro livre e próspero para o nosso povo”, concluiu o Primeiro-Ministro no exílio.




