O primeiro-ministro de Annobón narrou as torturas que sofreu por questionar a ditadura da Guiné Equatorial

Orlando Cartagena Lagar e o ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.

Em entrevista à rádio argentina Realpolitik FM o Primeiro Ministro da República de Annobón Lagar Orlando Cartagena, expôs a grave situação que a ilha enfrenta sob a ditadura da Guiné Equatorial.

O presidente descreveu como a ditadura de Teodoro Obiang Nguema Gerou décadas de marginalização, subordinação e deficiências extremas em áreas vitais como a electricidade, a saúde e a educação.

Na entrevista, Vinícola Cartagena revelou detalhes pessoais chocantes, incluindo a tortura sofrida nas mãos da ditadura, que incluiu espancamentos, restrições extremas e tortura psicológica. A este respeito, explicou: “Quando eu já estava meio morto, amarraram-me as mãos e os pés atrás de mim e amarraram-me a uma árvore. Ao lado da árvore havia alguns pedaços de um pilar da época colonial e colocaram nas minhas costas e um homem pulou em cima desses pedaços, até que a corda que me amarraram penetrou no meu corpo e não pôde mais ser vista.” Mas a tortura não parou por aí: “No dia seguinte recuperei a consciência, estava deitado e meus companheiros jogavam terra no chão machucado sobre as feridas para coagular o sangue. Hoje tenho que conviver com remédios porque o que fizeram comigo não dá para estar vivo. Mas eu tinha que estar vivo para contar.”

Num apelo desesperado, o Primeiro-Ministro expressou a urgência do reconhecimento e apoio internacional para libertar Annobón desta crise humanitária. “Precisamos de ajuda urgente porque a situação sanitária em Annobón é uma emergência”, enfatizou.

Em suas declarações a esta rádio argentina, Vinícola Cartagena Também abordou rumores sobre práticas de antropofagia no topo da ditadura equatoguineana, destacando a necessidade de aumentar a pressão internacional para enfrentar estas atrocidades.

A voz da autoridade anobonesa reflecte a determinação de Annobón pela sua independência e a procura de apoio global para enfrentar a opressão e as violações dos direitos humanos perpetradas pela ditadura da Guiné Equatorial.

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