No coração de Annobón, um muro vergonhoso representa um símbolo flagrante da divisão étnica imposta pelo regime invasor da Guiné Equatorial, liderado por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. Esta barreira física separa os partidários Fang, pertencentes à elite dominante, dos indígenas Ambô, mergulhando-os em realidades diametralmente opostas.
Sem dúvida, as imagens na parede expõem uma história de abundância e subjugação. De um lado, os partidários Fang, criminosos uniformizados, desfrutam dos luxos e privilégios associados ao poder ditatorial, enquanto, do outro lado, os nativos Ambô enfrentam a miséria, a pobreza, a indigência e, em última análise, a morte. Esta divisão não reflecte apenas a disparidade de recursos e oportunidades, mas é também uma triste lembrança do racismo histórico enraizado nas diferenças étnicas presentes na região.
Para os Ambô ou Anoboneses, a parede cinza – construída com tijolos de cimento que só são intercalados com colunas a cada 2,5 metros – é mais do que uma estrutura física; É uma barreira que lhes nega o acesso às suas próprias terras, serviços básicos e oportunidades. Além disso, funciona como um símbolo diário da opressão que sofrem nas mãos de um regime que favorece uma minoria étnica, familiar e amiga do poder.
As fotos e vídeos do muro de 3 metros de altura são testemunhas visuais desta injustiça, captando o fosso abismal entre ambos os lados e sublinhando a necessidade urgente de acção e solidariedade internacionais. Num mundo onde o racismo étnico continua a ser uma triste realidade, a comunidade global não pode ignorar a independência da República Annobón e a sua luta pela dignidade.