O descontentamento de Annobon se intensifica diante da ocupação estrangeira

Em novembro de 2024, o ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo reforçou o regime neocolonial em Annobón com a nomeação de Manuel Esono Nsuga como o novo governador da ilha. Este ato representou uma clara violação da soberania da República de Annobón e a continuação da ocupação colonial e repressiva do regime da Guiné Equatorial. Se Faustino Edú Micha foi um governador desastroso, Manuel Esono é ainda pior.

O regime de ocupação, operando sob o nome de Guiné Equatorial, colocou Esono Nsuga para garantir a perpetuação do terrorismo de Estado na ilha. Esta decisão gerou indignação entre a população annobonita, que sofre constantes abusos e repressão.

Estratégia de dominação e militarização

Sob esse esquema de dominação, o regime mobilizou um contingente de aproximadamente quatrocentos militares armados em Annobón, incluindo o governador, um general, soldados, um padre e todos os professores do ensino fundamental, todos pertencentes à etnia Fang, a mesma do presidente da Guiné Equatorial. Essa estratégia de colonização e marginalização da população local busca reduzir sua autonomia e capacidade de resistência.

A humilhação e o abuso de poder têm provocado constantes protestos e denúncias por parte dos annoboneses, que rejeitam a discriminação e a subjugação em seu próprio território pelas mãos do regime da Guiné Equatorial, entidade colonial que perpetua a opressão do antigo colono espanhol.

Primeira vítima da nova repressão

Manuel Esono Nsuga já deixou sua primeira vítima. Hermelindo León Laurel foi preso em uma cela sem luz nem comunicação com o exterior, recebendo comida por uma fresta. Ele não recebeu água para se lavar, o que o obrigou a pedir à família um balde e um pano para se limpar, já que suas roupas estavam completamente deterioradas desde sua prisão em 24 de janeiro.

Enquanto isso, Esono Nsuga está viajando pela ilha em uma campanha de intimidação, ameaçando represálias contra aqueles que não se submetem à organização mafiosa e criminosa do presidente Obiang e seu Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE). Ela usa o medo e a violência para reprimir a luta pela liberdade.

Intensificação da repressão

Após a prisão de vários moradores de Annobón que protestavam contra explosões de dinamite em Annobón, a repressão e as ameaças contra a comunidade se intensificaram. A estratégia do regime parece estar voltada para enfraquecer e eliminar a resistência Annobon para ocupar seu território.

- Cumplicidade oficial: Autoridades como Faustino Edú Micha facilitaram detenções e torturas psicológicas em troca de favores do governo.

- Novas ameaças: Manuel Esono Nsuga ordenou reuniões comunitárias para espalhar alertas e desacreditar o movimento de libertação de Annobon.

- Uso do medo: Represálias mais severas são ameaçadas e a prisão de Hermelindo León é destacada como uma medida intimidatória.

- Firmeza do povo: Apesar da repressão, a comunidade annobonesa permanece determinada e rejeita os colaboradores do regime que buscam progredir às custas da opressão.

A situação reflete o nervosismo do regime e a persistência da resistência dos annoboneses à injustiça.

Discriminação escolar em Annobón

Há alguns dias, dois estudantes brigaram depois que um garoto Fang dos novos assentamentos coloniais em Annobón chamou uma criança de Annobón de "filho da puta". 

Este insulto é considerado uma ofensa grave na cultura anobonesa, pois ataca a dignidade da família, um pilar fundamental da sociedade. Em resposta, o garoto annobonese reagiu com golpes, mas foi expulso da escola, enquanto o garoto fang, protegido por seus irmãos étnicos, permanece na escola.

Ataque em escola termina com prisão

No dia 28 de janeiro, durante a celebração do santo padroeiro dos professores, o diretor de estudos do ensino primário, Armando Nguema Ela, pertencente à estrutura repressiva do regime, agrediu com uma bofetada a professora Sófora Ronda Estrada. No meio da discussão, Sófora exigiu que Armando a deixasse retribuir o tapa, mas ele se recusou.

Dias depois, seu irmão Jonathan Ronda foi à escola para confrontar Armando. Ao vê-lo, ela lhe deu um tapa em retaliação pelo ataque à irmã, dizendo que era uma resposta ao que havia acontecido. 

Armando, com o apoio do inspetor do centro, Javier Mahi, posteriormente denunciou Jonathan à polícia, o que resultou em sua prisão. Atualmente, Jonathan continua preso na delegacia de Annobón.

Chamado à resistência

Como é típico da tribo Fang, a vida de dois detentos é cheia de incertezas, pois não se sabe o que acontecerá com a resolução desses casos. 

Enquanto isso, diante dessa injustiça, o governo da República de Annobón apelou à unidade do povo Annobón e à resistência contra a ocupação colonial estrangeira da Guiné Equatorial. É hora de reivindicar nossa soberania e exigir o fim da dominação estrangeira em nosso território.

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