Num acto de solidariedade internacional, a comuna de Berisso declarou a crise humanitária na República de Annobón, ilha politicamente sujeita ao regime ocupacional da Guiné Equatorial, de interesse municipal. Esta medida sublinha o apoio da Capital Imigrante aos ilhéus na sua luta pela soberania.
O decreto emitido em 8 de julho, no âmbito do Dia da Independência da República de Annobón, destaca a história colonial da ilha, inicialmente habitada por populações indígenas antes da chegada dos europeus, e posteriormente utilizada como ponto estratégico no comércio de escravos. pelos portugueses. A colonização espanhola introduziu mudanças significativas na sociedade e na cultura da ilha, mas também trouxe consigo exploração e opressão.
Em seu artigo 1º, o documento indica: “Declarar de interesse municipal a crise humanitária que atravessa a República de Annobón, sujeita política e militarmente ao regime de Teodoro Obiang Nguema da ditadura da Guiné Equatorial e manifestar o apoio aos ilhéus na sua luta pela sua soberania.”
Do ponto de vista político, o apoio à soberania de Annobón baseia-se no princípio da autodeterminação dos povos, reconhecido no direito internacional e apoiado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Berisso insta a Guiné Equatorial e toda a comunidade internacional a respeitar os direitos humanos dos Anoboneses e a facilitar um processo democrático transparente para decidir o seu futuro.
Este decreto municipal também se alinha com a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, especificamente com o Objetivo 16, que procura promover sociedades pacíficas e inclusivas.
Berisso, conhecida na Argentina como a Capital dos Imigrantes, expressa assim o seu compromisso com a paz, a justiça e os direitos humanos, reafirmando a sua identidade como terra de convivência e esperança para todos.
