Como parte de sua visita à Argentina, a delegação annobonesa visitou os estúdios do Canal 22 Web para discutir a situação que seu povo está enfrentando sob o jugo do regime de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo na Guiné Equatorial. Lagar Orlando Cartagena, Primeiro-Ministro da República de Anobone Reginaldo Piño Huesca, Ministro das Relações Exteriores, teve um encontro individual com o jornalista Santiago Cuneo, que destacou a luta dos annoboneses pela liberdade e denunciou o silêncio da mídia em relação à sua causa.
"Um genocídio lento"
Durante a entrevista, Lagar Orlando Cartagena Ele denunciou a repressão sistemática que o povo annobonese sofre há décadas. «Temos um ditador com o mesmo padrão de comportamento selvagem desde 1979, que está no poder há 46 anos, mais os primeiros 11 anos da independência imposta Macías Nguema", ele disse. "São 56 anos de uma ditadura constante, contínua e selvagem que não só reprime, mas mata e nega às pessoas o acesso à educação, à alimentação, à saúde e, acima de tudo, à água."
Vinícola Cartagena Ele foi direto ao descrever a situação que seu povo está enfrentando: "Impedir um povo de ter acesso à água é matá-lo lentamente. É um genocídio lento que não deixa rastros. Ele também denunciou a ocupação militarizada de Annobón por forças enviadas de Río Muni, que estão cometendo abusos e sujeitando a população à violência sistemática. "Este é um crime contra a humanidade que sofremos desde então."
Ele então enfatizou que a colonização imposta pela Espanha não apenas explorou os recursos de Annobón, mas também tentou apagar sua identidade. "A colonização forçou nossos avós a mudarem seus nomes, e eles nos impuseram nomes e sobrenomes de cidades espanholas." E ele acrescentou: "Para podermos nos matricular nas escolas oficiais espanholas, tínhamos que aceitar ou morrer. Mas a cultura annobonesa soube manter seus nomes nativos.
"Chega de submissão"
Por outro lado, o Ministro das Relações Exteriores enfatizou que a luta pela independência de Annobon é uma causa justa e legítima. "Em um momento dissemos chega. Chega de séculos de subjugação, e decidimos nos emancipar, declarar nossa independência e proclamá-la perante organizações internacionais. Ele também enfatizou a importância de conscientizar sobre a situação de Annobon na Argentina e no mundo: "É essencial que a comunidade internacional esteja ciente do que está acontecendo em Annobon, porque o silêncio também é cumplicidade."
A visita da delegação annobonesa à Argentina representa um passo fundamental na sua luta pela independência e na denúncia das atrocidades cometidas pelo regime de Obiang. Após várias aparições na mídia em apenas algumas horas, a voz de Annobón está se erguendo no cenário internacional, exigindo justiça, reconhecimento e liberdade.