Este foi o passeio histórico da delegação annobonesa na Argentina.

A visita da delegação oficial da República de Annobón à Argentina representou um momento chave na internacionalização da Causa Annobón e na denúncia do regime ditatorial. por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. Liderado pelo Primeiro-Ministro, Lagar Orlando Cartagena, e o Ministro das Relações Exteriores, Reginaldo Piño HuescaA turnê contou com uma agenda diplomática, política, acadêmica e midiática de alto impacto, consolidando apoio em diversos setores do país sul-americano.

Reuniões institucionais e legislativas

Entre os principais destaques do passeio está a visita ao Congresso da Nação ArgentinaOnde Vinícola Cartagena realizou reuniões com os deputados Juan Fernando Bruegge y Ricardo Herrera, que se comprometeu a promover a visibilidade das violações dos direitos humanos em Annobón. Houve também uma reunião importante com o senador Adrian Santarelli, presidente da Comissão de Relações Internacionais do Senado de Buenos Aires, e com o legislador do Parlasul Matías Sotomayor, presidente da Frente Parlamentar contra a Fome, que alertou sobre a crise alimentar na ilha.

Por outro lado, a delegação se reuniu na sede do Círculo de Legisladores da Nação, onde foi recebida pelo Secretário-Geral da organização, Domingo Vitale, e autoridades do Legislators' Mutual (AML): Miguel Saredi (presidente) e Jorge Orozco (Secretário Geral).

A delegação também foi recebida por representantes de vários grupos políticos: Alberto Asseff (líder do Partido UNIR, aliado do presidente Javier Milesi), os deputados nacionais Fabio Quetglas (União Cívica Radical) E Maximiliano Ferraro (Coligação Cívica), bem como pelo legislador provincial Romina Braga, o líder Matías Yofe (CC) e o ex-embaixador venezuelano Elisa Trotta, hoje Secretário-Geral da Fórum Argentino para a Defesa da Democracia (FADD).

Articulação com a sociedade civil e o meio académico

O passeio incluiu a participação da delegação em um evento sobre direitos humanos na Venezuela no Anexo do Congresso Nacional, juntamente com o deputado venezuelano Elimar Díaz García e outros líderes democráticos do continente. Eles também se encontraram com Micaela Hierro, Presidente de la Fundação Cultura Democrática, para discutir questões de interesse comum e cooperação internacional.

Fórum Argentino para a Defesa da Democracia
Fórum Argentino para a Defesa da Democracia

No plano académico, realizou-se uma palestra multitudinária no Instituto Superior de Formação de Professores Dr. Joaquín V. González, onde alunos e professores aprenderam sobre a história de Annobón e discutiram o colonialismo, a autodeterminação dos povos e a atual crise humanitária.

Além disso, representantes do governo de Anobonês foram convidados a participar da Assembleia de História da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires (UBA). O evento reuniu estudantes interessados ​​em conhecer de perto a realidade vivida pelo povo durante a ditadura do Obiang.

Por fim, a delegação visitou o presidente do Instituto de Estudos Estratégicos e Relações Internacionais (IEERI), Humberto Roggero, para compartilhar pontos de vista sobre a situação de Annobón no contexto internacional e sua conexão com a Argentina.

Divulgação e cooperação internacional

A delegação também se reuniu com o ex-embaixador Alfredo Atanasof, Diretor de Perspectiva Internacional, que se comprometeram a colaborar na divulgação da causa annobonesa. O encontro contou com a presença do renomado historiador africanista Silvia Perazzo, que forneceu uma análise dos laços históricos entre a África e a América Latina.

Além disso, enquanto o Ministro dos Negócios Estrangeiros da República de Anobon, Reginaldo Piño Huesca, estava realizando uma exposição no Biblioteca Nacional Mariano Moreno ao lado de especialistas acadêmicos africanistas, organizados pela Associação das Nações Unidas da República Argentina (ANU-AR), o Primeiro-Ministro teve uma reunião importante com o presidente da Câmara Municipal Município de Esteban Echeverría e presidente da Mercocidades, Fernando Grey.

Presença na mídia e fortes acusações

Em entrevistas com meios de comunicação como Infobae e com jornalistas como O Presto (Ei! TV), Santiago Cuneo (Canal 22 Web) e Mário Casalongue (Vale tudo), Vinícola Cartagena Denunciou que Annobón foi transformado num “lixão nuclear” desde 1988, na sequência de acordos entre o regime de Obiang e empresas americanas. Ele também revelou a militarização da ilha, a falta de comida, remédios e água, e denunciou crimes contra a humanidade, como o estupro sistemático de meninas por soldados Fang.

O ministro Pinheiro de Huesca, por sua vez, em declarações televisionadas, enfatizou que a luta dos annoboneses é também uma reivindicação histórica contra séculos de colonização e subjugação. “Decidimos nos emancipar”, afirmou ele com firmeza.

Uma mensagem clara e uma causa crescente

A visita oficial da delegação annobonesa à Argentina não foi simplesmente um gesto diplomático, mas uma ação profundamente humana e política que conseguiu conscientizar todos os espaços em que atuou. Legisladores, jornalistas, acadêmicos, ativistas e cidadãos argentinos ouviram em primeira mão os clamores de um povo lutando para sobreviver ao esquecimento e à repressão.

Na cerimónia de despedida, o Primeiro-Ministro, Lagar Orlando Cartagena, resumiu o espírito do tour com palavras cheias de verdade e esperança: “Não se esqueçam de nós. O povo de Annobón continua esperando a mão amiga do povo argentino.”

Assim concluiu uma visita que deixou sua marca não apenas na agenda política regional, mas também no coração daqueles que entendem que liberdade, dignidade e direitos humanos não conhecem fronteiras.

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