Anoboneses se mobilizarão em Madrid pedindo uma restauração histórica por parte da Espanha

A comunidade anobonesa prepara-se para uma importante mobilização em Madrid com o objectivo de exigir ao governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, que assume a sua responsabilidade histórica relativamente às injustiças sofridas pelo povo de Annobón na época colonial. Este apelo à acção procura justiça e reconhecimento por séculos de abusos, negligência e decisões que marcaram o destino desta ilha.

Neste contexto o Primeiro Ministro da República de Annobón Orlando Cartagena A estação, destacou a severidade das políticas coloniais espanholas que sujeitaram o seu povo à escravatura, ao trabalho forçado, à miséria e ao isolamento. Estas políticas incluíram também a imposição de apelidos estrangeiros e a perda da identidade cultural anobonesa, deixando feridas profundas na memória histórica da sua população.

“Começamos o ano de 2025 como terminamos o anterior, enfrentando a repressão e a humilhação da ditadura na Guiné Equatorial. Portanto, a situação exige que continuemos ativos”, afirmou Cartagena Lagar, referindo-se às detenções sofridas pelo escritor anobonense Hermelindo León Laurel e sua filha.

Além disso, sublinhou a importância da participação anobonesa nesta manifestação histórica: “Estamos todos a organizar uma manifestação em frente ao Ministério do Interior e ao Congresso dos Deputados em Madrid. A data ainda não está definida, mas é fundamental contar com a participação de todos, tanto dos que residem em Espanha como dos que estão no estrangeiro.”

Uma dívida histórica que persiste

A mobilização visa também denunciar uma das decisões mais controversas de Espanha: a ligação do destino de Annobón ao da Guiné Equatorial durante o processo de independência. Para a ilha, esta decisão significou um ato de desamparo que entregou a ilha ao domínio do regime Fang, conhecido pela sua violência e opressão.

A invenção colonial chamada Guiné Equatorial nunca representou as aspirações do seu povo. Foi uma estrutura imposta desde Madrid, sem considerar as particularidades culturais, sociais e políticas dos territórios envolvidos. Esta imposição exacerbou a marginalização de Annobón e perpetuou o abandono da sua população.

Justiça e reconhecimento

A comunidade anobonesa espera que o presidente Pedro Sánchez e o governo espanhol tomem medidas concretas para reparar os danos históricos. Entre as exigências estão o reconhecimento formal das injustiças cometidas, um pedido público de desculpas e o início de um processo de diálogo que irá restaurar a dignidade e os direitos do povo anobonês.

“Não procuramos o confronto, mas sim que a Espanha assuma a sua responsabilidade e aja em conformidade. “Este é um apelo à justiça histórica e ao respeito pela nossa soberania”, concluiu. Vinícola Cartagena.

A mobilização promete ser um marco na luta pelos direitos de Annobón e uma oportunidade para Espanha refletir sobre o seu passado colonial e as dívidas que ainda permanecem por pagar.

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