A descoberta de um novo poço ou nascente de água no hotel Annobón, em Ájobo, gerou polémica na ilha. Embora esta descoberta prometa acesso à água potável, a sua extracção levanta sérias preocupações sobre a estabilidade da ilha e a fonte de vida para a flora, a fauna e os habitantes locais.
Este exercício irresponsável da ditadura da Guiné Equatorial no território da República de Annobón implica não só a violação da sua soberania mas também a perfuração de camadas rochosas, pondo em risco a estrutura e a estabilidade da ilha e do lago, que é o principal fonte de água para a vida em Annobón. A presença de mercenários estrangeiros com maquinaria pesada, sob a direcção do governo invasor, para benefício pessoal de uma empresa, reflecte a falta de consideração pelas consequências ambientais e humanitárias.
A água do novo poço é destinada a um suposto hotel em construção, enquanto a população local continua recebendo água estagnada e contaminada, gerando doenças. Este ato de envenenamento faz parte do plano de extermínio executado pelo estado e pelo governo da ditadura de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo por mais de cinco décadas. É uma prova inequívoca da subjugação e do empobrecimento da população anobonesa, tanto na Guiné Equatorial como na própria ilha de Annobón.
A situação em Annobón é mais uma manifestação da negligência e da repressão sistemática sofrida pelo povo anoboneso sob a ditadura da Guiné Equatorial. Apesar dos apelos à solidariedade internacional e da urgência da situação humanitária na ilha, o governo de Obiang persiste na sua opressão e exploração de recursos. É essencial que a comunidade internacional tome medidas para exigir o respeito pelos direitos humanos em Annobón e prestar assistência humanitária à população afectada. O acesso a serviços básicos como água potável, cuidados médicos e condições de vida dignas deve ser uma prioridade, mas isso só será possível com respeito pela soberania da República de Annobón. A luta do povo anobonês pela independência e dignidade continua e é responsabilidade de todos defender o seu direito a uma vida melhor.